segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Desapego alegre das coisas da Terra



Somos da terra, e nossas “coisas da terra” estão bem misturadas: tristezas, alegria, sofrimento, felicidade, generosidade, fuga, amor, paz, guerra...

A física a astronomia nos ensinaram que a Terra está envolvida pelo céu, que o universo não gira em volta da Terra, mas que ela gira em volta do Sol.

O que é verdade na física é também verdade no campo do espírito. Nossa alma não é o centro do mundo, não é o princípio e o fim de tudo. Ela gira em relação a um centro de gravidade: seu Sol é a luz do olhar de Deus, o céu que a envolve é o amor do Pai.

A Terra teve dificuldade em aceitar o que dizia Galileu: ela não é o centro do mundo, mas depende de outro. Temos dificuldade em compreender que nós não somos o centro de nós mesmos. Nosso equilíbrio tem necessidade de outro.

Temos necessidade de nos desprender da atração terrestre. Para experimentar a alegria, não podemos fazer das coisas terrestres o princípio e o fim de nossa existência.

Existe algo a mais que nós mesmos, que nossos sentimentos, que nossas resistências, que nossas ambições, que nossas decepções, que nossas tristezas e nossas obrigações. Há mais do que tudo isto. Há tudo isto, certo, não se trata de nega-lo, mas há algo mais.

Desprender-se deste sentimento, que temos muitas vezes, desta certeza segundo a qual “as faltas, as dificuldades, as provações, os sofrimentos, as tentações, a saúde, as fraquezas” têm a última palavra.

O horror seria se as tristezas da terra fossem o único horizonte, o horizonte finito da terra. O desespero seria se vivêssemos somente no térreo, sem acreditar que existe um andar em cima. O andar da infinito Amor.

Acreditar em Deus é crer que podemos nos desapegar alegremente das coisas da terra.

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