segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Gnômon da Igreja de São Sulpício

Maria Eugênia em março de 1939 em correspondência com Pe Combalot, faz muitos projetos para encontrar uma residência para as primeiras Irmãs:
“Acho que é preciso decidir por alguma coisa simples, dentro de nosso orçamento, e com condições necessárias da proximidade de uma igreja e de um lugar para caminhar. A rua Férau deve ter algo barato devido a sua calma.”
E a rua Férau fica entre a Igreja de São Sulpício e os Jardins de Luxemburgo.

O Gnômon de São Sulpício
Uma das curiosidades desta Igreja é o seu gnômon, uma coluna que marca a hora do dia projetando a sua sombra no solo. O sacerdote Languet precisava de um sistema para estudar os equinócios e poder predizer qual era a data da Páscoa, e encarregou o astrônomo inglês Henry Sully. E como funciona: foi construida em 1743, uma linha de latão no chão, paralela aos meridianos da Terra, que se estende até um obelisco de mármore de onze metros acima do chão junto à parede. Ao mesmo tempo foi instalado junto a uma janela, um sistema de lentes; assim ao meio dia do solstício de inverno ( 21 de dezembro), a luz do sol passa pela janela incidindo sobre a linha de latão até ao obelisco, e no equinócio (21 de março) ao meio dia, a luz bate em um lrato oval de cobre diante do altar. Devido a essas instalações científicas a igreja foi salva de ter sido destruída à época da Revolução francesa.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amigo e Confidente

Padre Emmanuel D'Alzon
No final de seus estudos secundários, entrou em contato com um pensador influente,
Félicité de Lamennais, cujos primeiros ensinamentos sobre a sociedade cristã marcam o jovem D'Alzon. Em 1828 matriculou-se na escola de direito em Paris, mas nunca terminou por causa das convulsões políticas que atingiram a França em 1830. Durante estes anos, na capital francesa, veio a conhecer uma série de ilustres jovens homens e mulheres , alguns dos quais continuaram seus amigos ao longo de sua vida, como, Henri Lacordaire, Théodore Combalot, Charles Montalembert, entre outros.
Em 1832, D'Alzon, contra a vontade de seus pais, decidiu entrar no diocesano seminário de Montpellier. No entanto, no ano seguinte, decepcionado com a falta de ambição dos alunos e a falta de profundidade do trabalho no curso, ele foi para Roma. Em 26 de dezembro de 1834 ele foi ordenado, e continuou seus estudos até maio do ano seguinte.
Após seu retorno à França, que optou por aderir a Diocese de Nîmes onde seu tio era um sacerdote. O início do ministério foram dedicados a iniciativas como a criação de grupos de jovens, um lar para mães solteiras, as bibliotecas para os trabalhadores, e inúmeros retiros, conferências e sermões. Em 1839 foi nomeado Vigário da diocese, cargo que ocupou até 1878, dois anos antes de sua morte.
Em 1838, visitando Padre Combalot conhece uma jovem que ainda não completara 22 anos e que se expressa com tanta clareza teológica, modéstia espiritual e belesa interior. Mais tarde, cada um revendo esse primeiro momento de seu relacionamento, vão escrever:
Ela – Não tivemos muitos encontros a sós... em um tempo tão fugaz, senti em relação a ele muito estima e confiança.
Ele – Tive com ela um momento de conversa muito séria que me confirmou que nela havia o estofo de uma fundadora.
E na constante correspondência com Padre D'Alzon podemos acompanhar a visão, o pensamento de Marie Eugénie, bem como as lutas, seus sofrimentos e consolos espirituais. E isso durante quase meio século, de 1841 a 1880. Não é o superior da comunidade, mas o padre é diretor espiritual, amigo e confidente, homem social e político ligado a Cristo e sua Igreja. A própria distância que os separa valeu para nós um acervo excepcional de quase 4 mil cartas; longas missivas de Santa Maria Eugênia.
Em 1843 um de seus sonhos mais caros se tornou realidade: ele adquiriu uma escola secundária, Collège de l'Assomption. Foi nesta instituição que em 1845, estimulado por sua amiga e colaboradora, Madre Marie Eugénie Milleret, fundadora das Religiosas da Assunção, que fundou uma ordem de homens, os Agostinianos da Assunção, também conhecido como os Assuncionistas. Em suas próprias palavras o objetivo foi "trabalhar para a nossa perfeição, alargando o reinado de Jesus Cristo", especialmente através da educação, publicação de livros, obras de caridade, retiros e missões estrangeiras"(Primeiras Constituições,1855). Ele colocou sua congregação sob a orientação do Santo Agostinho. Dando-lhe seu nome e sua tradição intelectual.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Amigos de Santa Maria Eugênia

Jean Baptiste Henri Lacordaire

A jovem Ana Eugênia se entusiasma pelos políticos cristãos que querem lutar por uma sociedade mais justa e fraterna, que compreenderam o que é uma política social cristã. E querem lutar por ela. Em 1835 e 36 era moda na época, uma serie de prédicas (conferências, palestras ) , aos domingos em algumas igrejas de Paris. Ana Eugênia então com 18 anos escolheu ouvir Jean Baptiste-Henri Dominique Lacordaire (31 anos, padre, jornalista, educador, deputado e depois acadêmico, sendo considerado como um percursor do catolicismo moderno e restaurador na França dos Dominicanos.) Desde 1830, Lacordaire colabora no jornal diário católico L'Avenir
(O Amanhã), com Félicité Robert de Lamennais e o conde Charles de Montalembert. O jornal defende a liberdade consciência e a liberdade de ensino e toma uma posição em defesa da separação da Igreja do Estado. Estas posições serão condenadas pelo papa Gregório XVI em 1832.

Félicité Robert de Lamennais
Famoso filósofo e teólogo frânces da primeira metade do século XIX. Por suas idéias ele pode ser considerado com um precursor da Democracia Cristã e de um pensamento católico liberal, com preocupações sociais.
Ele nasceu em Saint-Malo em 19 de junho de 1782. Sua familia pertencia a pequeneza nobreza e ele se ordenou padre em 1816.
Em 1828, Lamennais funda a Congregação de São Pedro destinada a formação de clérigos cultos, preparados para responder aos ataques dos filósofos e compreender melhor os tempos em que estavam inseridos. Também defenderiam a autoridade do Papa em oposição a correntes de pensamento que defendiam a autonomia da Igreja francesa em relação a Roma nos seus assuntos internos. De 1837 até 1848, Lammennais continua publicando textos ("Le Affairs de Rome", "le Livre du peuple", o jornal "Le Peuple") onde defende a liberdade de consciência e a necessidade de uma doutrina social para a Igreja. Chegou até mesmo a desenvolver na obra "Esquisse d'une philosophie" (Esboço de uma Filosofia) a concepção de um Cristianismo sem Igreja, centrado na prática da caridade. Em 1841 foi condenado a um ano de prisão depois de criticar o governo frânces. Foi eleito deputado constituinte em 1848 e se retirou para sua propriedade na Bretanha após o golpe de Estado de dezembro de 1851. Este golpe de estado foi aplicado por Luis Napoleão Bonaparte (Napoleão III), sobrinho de Napoleão, e a partir dele começou o "Segundo Império".
Quando faleceu em 1854 foi enterrado, a seu pedido, no meio dos pobres.