sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Para entender o futuro.



Vivemos numa sociedade pós-industrial, midiática, uma nova etapa do capitalismo centrado na mídia. A sociedade é reestruturada em nome das novas tecnologias, produzindo novos ambientes, que passam a ser configurados de acordo com determinados aspectos, denominados pelo comunicólogo alemão Harry Pross ( La violência de luz símbolos sociales. Barcelona: Anthropos - 1989) de ambientes midiáticos.
É um contexto marcado pela tirania das imagens e pela submissão alienante ao império da mídia, no qual a religião se transformou em mercadoria de consumo ou bens de salvação, na feliz expressão de Pierre Bourdieu (A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva. 2005), que cada um busca na medida dos seus gostos e das suas necessidades.
E qual é a contribuição especifica que nossa missão de educação transformadora pode dar a este contexto de nosso tempo?
Temos que iniciar novas habilidades e competências interativas. Com essas habilidades e competências com as novas mídias ofereceremos à juventude maior flexibilidade, criatividade e outros meios de aprender, se profissionalizar e por que não evangelizar ? Criando em nossas comunidades e colégios, junto com Irmãs amigos e alunos, a construção de uma cultura nova de relacionamento e colaboração.
Uma pesquisa realizada por Don Tapscott (A hora da geração digital São Paulo: Agir.2010) com 10 mil pessoas que cresceram na era digital revelou que a nova geração de profissionais está mudando os ambientes de trabalho, ao qual trazem um estilo colaborativo, exigência de qualidade, flexibilidade, senso empreendedor, sentido de inovação e obtenção de melhores resultados. Não são estes alguns dos valores que buscamos em nossa missão ?
Esta geração multifuncional, em que os jovens falam ao telefone, trocam mensagens de texto, baixam músicas, fazem upload de vídeos, assistem a um filme em uma tela de duas polegadas e navegam pelo Facebook ou Twitter ― tudo ao mesmo tempo.São donos de uma cabeça aberta, ávidos por aprender e interagir com colegas na escola e no trabalho, colaborando para o seu crescimento. Não conseguem conviver com nossa catequese medieval, com nosso ensino cuja modernidade: é a troca do giz pelo pilot. Precisamos fazer pesquisas sobre seus hábitos e padrões de consumo e relacionamento para fazer um mapeamento sobre como a internet revolucionou as formas de se pensar, interagir, trabalhar e se relacionar, “Se você entender a geração internet entenderá o futuro, afirma Tapscott.
Que diálogo temos ou devemos ter com os jovens ? Como integra-los (acolhê-los em sua diferença) sem assimilá-los (torná-los semelhantes a nós) ?
Lendo Leonardo Boff : Como tirar os pobres-oprimidos da pobreza, não na direção da riqueza, mas da justiça? Esta é uma questão prática de ordem pedagógico-política. Identificamos três estratégias.A primeira interpreta o pobre como aquele que não tem. Então faz-se mister mobilizar aqueles que têm para aliviar a vida dos que não têm. Desta estratégia nasceu o assistencialismo e o paternalismo. Ajuda mas mantém o pobre dependente e à mercê da boa vontade dos outros. A solução tem respiração curta.A segunda interpreta o pobre como aquele que tem: tem força de trabalho, capacidade de aprendizado e habilidades. Importa formá-lo para que possa ingressar no mercado de trabalho e ganhar sua vida. Enquandra o pobre no processo produtivo, mas sem fazer uma crítica ao sistema social que explora sua força de trabalho e devasta a natureza, criando uma sociedade de desiguais, portanto, injusta. É uma solução que ajuda favorece o pobre, mas é insuficiente porque o mantém refém do sistema, sem libertá-lo de verdade.A terceira interpreta o pobre como aquele que tem força histórica mas força para mudar o sistema de dominação por um outro mais igualitário, participativo e justo, onde o amor não seja tão difícil. Esta estratégia é libertária. Faz do pobre sujeito de sua libertação. Paulo Freire, assumiu e ajudou a formular esta estratégia. É uma solução adequada à superação da pobreza. 76% dos jovens da rede municipal de ensino fundamental do Rio de Janeiro passam todos os dias pela banda larga e apenas 52% de seus professores utilizam a internet.
Falando aos participantes da assembleia plenária do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS), no Vaticano, o Papa Bento XVI disse que a cultura digital apresenta novos desafios à nossa capacidade de falar e escutar uma linguagem simbólica que fale de transcendência. Jesus mesmo no anúncio do Reino soube utilizar os elementos da cultura e do ambiente do seu tempo: as ovelhas, os campos, o banquete, as sementes e assim por diante. Hoje, somos chamados a descobrir, também na cultura digital, símbolos e metáforas significativas para as pessoas, que possam ajudar a falar do Reino de Deus ao homem contemporâneo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai. - João 1:14

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Esperança e Otimismo - Rubem Alves



“Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. “Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração.” Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível…” Otimismo é alegria “por causa de”: coisa humana, natural. Esperança é alegria “a despeito de”: coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce…” Rubem Alves