A pregação de João Batista anunciava um batismo de conversão
para o perdão dos pecados. João Batista adulto aparece em Lucas no 15º ano do
governo de Tibério, imperador de Roma. Tibério foi imperador de 14 a 37 depois
de Cristo. No ano 63 antes de Cristo, o império romano tinha invadido a
Palestina, impondo ao povo uma dura escravidão. As revoltas populares se
sucediam, uma depois da outra, sobretudo na Galileia, mas foram duramente
reprimidas. De 4 antes a 6 depois de Cristo, durante o governo de Arquelau, a
violência estourou na Judeia. Este fato levou José e Maria a voltarem para
Nazaré na Galileia e não para Belém na Judeia (Mt 2,22). No ano 6, Arquelau foi
deposto e a Judeia foi transformada numa província romana com procurador
diretamente nomeado pelo imperador de Roma. Pilatos foi um destes procuradores.
Governou do ano de 26 a 36. Esta mudança no regime político trouxe certa calma,
mas as revoltas esporádicas, como aquela de Barrabás (Mc 15,7) e a imediata
repressão romana (Lc 13,1), lembravam a extrema gravidade da situação. Bastava
alguém soprar na brasa e o incêndio da revolta explodia! A calma era apenas uma
trégua, uma ocasião oferecida pela história, por Deus, para o povo fazer uma
revisão do rumo da caminhada e, assim, evitar a destruição total. Pois Roma era
cruel. Em caso de uma revolta, viria e acabaria com o Templo e a Nação. É nesse
contexto que, em torno do ano 28 depois de Cristo, João Batista aparece
anunciando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados.
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