“Enquanto lá estavam (em Belém), completaram-se os dias do
parto, e ela deu a luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e
reclinou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na sala.” (Lucas2,
6-7)
Começamos o nosso comentário a partir das últimas palavras
desta frase: por não haver lugar para eles na sala. Esta afirmação tem
paralelismo de um profundo conteúdo em João 1,11: ”Veio para o que era seu, e
os seus não o receberam. ”Para o Salvador do mundo, aquele para quem todas as
coisas foram criadas” (Colossenses 1,16), não há lugar. “As raposas têm tocas e
as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.”
(Mateus 8,20). “Aquele que foi crucificado fora da porta da cidade.” (Hebreus
13,12) também nasceu fora da porta da cidade.
Tudo isso nos deve fazer pensar, nos deve recordar a
inversão de valores que se verifica na figura de Jesus Cristo, na sua mensagem.
Desde seu nascimento, Jesus não pertence aquele ambiente que, aos olhos do
mundo, é importante e poderoso; contudo é precisamente esse homem irrelevante e
sem poder que se revela como o verdadeiramente Poderoso, como Aquele de quem,
no final das contas, tudo depende. Por conseguinte, faz parte do tornar-se
cristão este sair do âmbito daquilo que todos pensam e querem, sair dos
critérios predominantes, para entrar na luz da verdade sobre o nosso ser, e com
essa luz, alcançar o justo caminho
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